segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O Porão



Anos atrás minha família decidiu passar as férias na serra gaúcha e para isto alugou uma pequena e antiga casa em Gramado para ficarmos durante duas semanas.

No andar térreo a casa possuía uma sala, banheiro e a cozinha. Os quartos eram no andar superior e havia ainda um porão que era usado apenas como depósito de coisas velhas contendo um sofá, armários e outras coisas sem muita importância.

O primeiro dia nesta casa transcorreu de forma tranquila: passeamos pela cidade, voltamos a tardezinha, fizemos um delicioso fondue, brincamos e dormimos todos esgotados pelas atividades do dia.

Na segunda noite algo aconteceu: fomos acordados no meio da noite por um grito terrível vindo do quarto de minha irmã. Quando meu pai chegou correndo até lá encontrou a garota sentada na cama gritando e chorando muito. Meu pai se sentou ao seu lado, a abraçou e perguntou o que havia ocorrido.

Ela contou que tinha acordado sentindo um cheiro horrível. Quando ela abriu os olhos disse ter visto o quarto inteiro encharcado de sangue, as paredes possuíam marcas de mãos e pés, o liquido vermelho escorria pelas paredes e havia respingos por todos os lados.

Todos pensaram que havia sido apenas um pesadelo, porém minha irmã se recusou a dormir novamente naquele cômodo e acabou se mudando para o de meus pais até o final das férias.

Em outra noite minha mãe estava fazendo o jantar, enquanto meu pai estava fora,  e nós explorávamos o porão, examinando cada coisa velha que achávamos por lá. Até que ouvimos um estalo e a luz apagou nos deixando na escuridão. Apesar de ser dia, o lugar ficava quase todo escuro iluminado apenas por uma claridade que vinha do andar superior, nos permitindo ver apenas as paredes de pedras antigas.

Eu comecei a ficar com medo, sem claridade aquele porão era assustador, nós estávamos paralisadas  sem saber direito o que fazer. De repente um mau cheiro começou a invadir nossos narizes, me fazendo sentir náuseas... Era cheiro de carne podre, como se houvesse algum animal morto por ali.

Um barulho veio de um canto escuro, parecia que algo se arrastava pelo chão. Eu e minha irmã gritamos e saímos correndo em direção da porta. Subimos a escada e lá embaixo podíamos ouvir algo como se tivesse arranhando o chão, o cheiro de podridão aumentava e a porta não queria abrir. Nós batíamos na porta e gritávamos sem parar, até que minha mãe a abriu com cara de assustada.

Contamos o que havia acontecido: a escuridão, sobre o cheiro de coisa podre e da coisa que se arrastava pelo chão. Ela prontamente disse que estávamos impressionadas pelo lugar antigo e que desceria até lá e substituiria a lâmpada, que provavelmente estaria queimada.

Apreensivas ficamos no topo da escada enquanto ela descia para o porão com uma lâmpada e uma lanterna nas mãos, o tempo que ela ficoua lá embaixo pareceu uma eternidade. De repente ela surgiu da escuridão subindo os degraus correndo, fechou a porta do porão e sentou-se em uma cadeira. Seu rosto estava branco e seus olhos arregalados de medo.

- Eu não quero que vocês descam até lá novamente. – disse ela em voz alta, quase gritando.

Em seguida pegou o telefone e foi para a sala onde ligou para a policia. Nós ouvimos ela falando que havia visto alguém no porão. Enquanto esperávamos a policia, ficamos todas juntas, olhando assustadas para a porta que ia para o andar inferior, receosas que a qualquer momento, alguma coisa saísse de lá. Nossa mãe recusou a dizer o que tinha visto lá embaixo.

Quando a policia chegou, nossa mãe os recebeu e os chamou para entrar na casa. Chegou até a porta do porão, a destrancou e eles desceram até a escuridão, empunhando lanternas e as armas em punho. Ficaram por um longo tempo procurando, mas não encontraram nada. O mais curioso é que não havia outra forma de sair lá debaixo, pois o porão não tinha outras portas ou janelas.

Assim que os policiais saíram, minha mãe contou o que havia visto lá no porão: ela estava rosqueando a lâmpada no bocal quando começou a sentir o cheiro horrível que havíamos descrito para ela, quase em seguida passou a ouvir um barulho estranho. Então ela apontou a lanterna por todos os cantos até que avistou algo entre um móvel antigo e a parede.

Era um homem agachado, suas roupas estavam rasgadas, seus cabelos eram compridos e desgrenhados, seu rosto estava todo distorcido, como se estive com uma expressão de ódio. Assim que a luz da lanterna apontou em seu rosto, minha mãe viu seus olhos vermelhos e então ele fez um movimento para o lado, desaparecendo por entre as coisas velhas que haviam por lá. Neste instante minha mãe deixou a lanterna cair de suas mãos e saiu correndo.

Depois disso, tivemos que ficar mais aquela noite na casa. Trancamos a porta do porão e colocamos algumas cadeiras na frente. Todos dormiram no quarto de meus pais com a porta bem trancada. Nossas férias acabaram mais cedo e no dia seguinte voltamos para casa...

Na Trilha do Lobisomem



Desde pequeno gostava de filmes, livros e historias de terror. Ainda criança, eu, minha irmã e primos nos reuníamos em volta dos mais velhos para ouvi-los contar suas histórias. Verdade ou não elas serviam para nos deixar apavorados e íamos dormir com aquela sensação de alerta. Onde qualquer barulho nos chamava a atenção deixando nossa imaginação identificar a sua origem. Seriam os sons noturnos causados por alguma entidade sobrenatural? Ou eram apenas grilos, cães e o vento nas árvores? Quando estamos assustados qualquer som nos parece aterrorizante, né?

Abaixo vou tentar narrar um conto ouvido na minha infância e, segundo os meus familiares, ocorrido com meu avô.

Vitor tinha ido até o seu vizinho participar de um mutirão para a construção de um celeiro. O tempo para concluir a tarefa acabou se alongando mais que o esperado e a escuridão avançou rápido. Terminado o serviço do dia e depois de algumas conversas todos seguiram por caminhos diferentes rumo às suas casas.

Era uma noite de lua cheia e apesar de sua luz ajudar a clarear o caminho, criava sombras assustadoras na mata. Vitor caminhava por uma trilha com um pequeno lampião na mão, que o ajudaria a avistar alguma cobra no caminho, e um facão na outra mão para sua proteção. Como era uma região serrana a neblina se formava lentamente tornando a paisagem mais fria e sinistra.

Acostumado com a vida da roça, Vitor caminhava indiferente à situação, porém atento aos sons da mata. Quando estava próximo de casa escutou um barulho não muito longe dele. Pareceu ser um rosnado. Se concentrou na sua audição tentando adivinhar de que lado viria aqueles ruídos. O que poderia ser? Talvez algum cachorro do mato. Acelerou seus passos e apertou o cabo do facão para se sentir mais seguro. Novamente ouviu o rosnado de um bicho, desta vez mais alto, era como se aquilo estivesse mais próximo. Continuou caminhando quando avistou um vulto negro pular na trilha logo a sua frente. Como defesa colocou as duas mãos para frente com o facão em posição ofensiva e o lampião iluminando a criatura .

Viu algo que nunca havia visto antes. Uma espécie de cachorro muito grande, sua boca se abria ameaçadoramente mostrando presas afiadas. O seu corpo era coberto de pêlos negros e suas patas eram grandes como as de um urso. A criatura babava, rosnava e avançava em sua direção. Vitor desceu o facão e acertou a orelha do bicho que ganiu e recuou para a lateral da trilha. Os sons que ela emanava pareciam ser coisa de outro mundo. Gemidos horríveis. Recuperado do choque inicial, começou a correr pela trilha. Correu o mais que pode até chegar em casa. Abriu a porta e a trancou procurando imediatamente pelo rifle que possuía.

Sua esposa levantou e veio ver o que estava acontecendo. Ao olhar para o seu marido viu o terror estampado em seus olhos. Perguntou o que estava acontecendo e Vitor disse que uma coisa ruim havia cruzado o seu caminho, mas que tinha lhe arrancado uma orelha. Lá fora, ao longe , ainda ouvia-se os ganidos e rosnados. Ficou atento próximo a porta dizendo que se a criatura quisesse entrar iria estourar a sua cabeça. A mulher se agarrou a um crucifixo e ajoelhada pôs-se a rezar. Aos poucos os ganidos cessaram e ao que parece o bicho foi embora.

No dia seguinte Vitor e sua esposa foram até os seus vizinhos perguntar se também haviam visto ou ouvido algo estranho na noite anterior e para sua surpresa, encontraram um deles com um estranho curativo na região da orelha... Parecia que um pedaço dela havia sido decepada. Rumores correram dizendo que aquele velho solitário era um lobisomem.

O Rádio Antigo


Há muitos anos atrás um casal vivia com seus filhos em uma grande casa de madeira, era uma construção muito forte que havia sido erguida pelo seu atual proprietário. Marceneiro habilidoso construiu tudo lentamente com suas próprias mãos quase não precisando de ajuda.

O casal possuía duas filhas e a esposa grávida estava para parir mais um filho com a ajuda de uma vizinha parteira. Desta vez parecia que havia algo de diferente, os outros partos correram normalmente e este estava mais estranho. O homem estava preocupado pois sua esposa gritava muito, como se a dor fosse quase insuportável.

Logo um choro de criança foi ouvido, o som não era como no parto de seus outros bebês. O homem ficou ainda mais preocupado quando viu a parteira saindo do quarto com uma expressão estranha.

- O que houve? O que aconteceu com meu filho? Ele está vivo? – perguntou preocupado.
- Vivo ele está, mas...

Sem deixar a parteira terminar de falar o homem adentrou ao quarto , na beirada da cama o bebê estava enrolado em uma toalha, sua mulher chorava. O homem pegou sua criança e quando descobriu o bebê viu que ele possuía o rosto totalmente deformado.
Os anos passaram, envergonhado os pais trataram de criar aquela criança escondida de todos. O garoto ficava o dia inteiro trancando no sótão, sem nunca ir até a rua. Não se sabe se devido a esta criação ou por problemas ocorridos na sua formação, o menino também começou a apresentar problemas mentais.

Durante todo o dia, e muitas vezes, a noite também ele emitia vários sons estranhos como se fossem gemidos. Para tentar esconder a presença dele no sótão, seus pais deixavam um rádio ligado. O som se espalhava pela casa e o menino quase não era ouvido.

No ano que o garoto completou dezessete anos a coisa toda aconteceu: ninguém sabe como, mas cansado de ser criado daquela forma, ele conseguiu abrir a porta e acabou assassinando toda a família. Pais e irmãs, ninguém sobreviveu, ninguém ouviu o barulho, pois mesmo longe da casa o único som ouvido eram as músicas tocadas pelo velho rádio.

Atualmente a casa de madeira abandonada continua no mesmo lugar e ,as vezes, durante a noite quem passa pelo local diz ouvir o som de um rádio tocando. Dizem até que o velho rádio está lá dentro e que apesar da casa estar vazia, ninguém teve coragem de rouba-lo ou tirá-lo da casa. É dito que se alguém entrar na casa e ouvir o rádio no mesmo horário que a família foi morta é possível ouvir seus gritos e lamentos por terem sido assassinados.

Antes que alguém pergunte... os corpos da família foram encontrados e enterrados, mas até hoje, ninguém sabe o aconteceu com o garoto ...portanto cuidado! Se ouviur um som de rádio tocando sem haver um aparelho seu ligado... ele poderá estar atrás de você...

Rostos por detrás dos espelhos


Algumas pessoas consideram os espelhos como espécies de portais para outros mundos, dizem que quem morre em frente a um destes objetos pode utiliza-lo como passagem entre o mundo espiritual e o nosso, talvez por isso tenha ocorrido a situação que passo a narrar...

Um homem procurando fixar residência em um determinado município decidiu comprar um grande casarão que estava abandonado há algum tempo. Apesar do lugar ser bem maior do que realmente precisaria pensou consigo mesmo que a casa seria ideal para quem, assim como ele, desejaria constituir uma grande família.

Trinta anos e solteiro o homem, que tinha como profissão a medicina pensou , também, que talvez pudesse abrir um pequeno consultório no espaço que antigamente era uma sala. Feito o planejamento tudo correu de forma correta e em pouco tempo estava morando na velha casa, já completamente reformada.

Junto a casa vieram muitos móveis antigos, que reformados, combinaram muito bem com o lugar. Vários espelhos foram colocados em seu quarto deixando tudo bem decorado e auxiliando na iluminação ao refletir as luzes do dia ou até mesmo a elétrica.
Em uma noite de tempestades o homem foi acordado por um trovão, ele continuou deitado olhando para as sombras que se formavam na parede quando um relâmpago iluminou todo o quarto.

Um frio percorreu sua espinha ao perceber, por um breve tempo, que vários rostos empalidecidos o encaravam por dentro dos espelhos. Incerto que aquilo que viu era verdade ou fruto de sua imaginação não conseguiu mais dormir. Sua mente repetia a situação voltando a lembrar daqueles rostos perturbadores o espiando pelo espelho...

Com o clarear do dia, o homem decidiu retirar todos os espelhos de seu quarto e os trancou no sótão. Naquela noite ele acabou dormindo muito tranquilamente como há tempos não fazia. Com os passar dos dias a memória daqueles rostos horríveis foram se desvanecendo e logo não lembrava mais daquela noite estranha.

Uma manhã o homem acordou e foi tomar um banho, como fazia todos os dias. Assim que saiu do box e foi pentear os cabelos percebeu que o vapor do chuveiro tinha embaçado o espelho e que havia uma mensagem escrita na umidade.

A mensagem dizia:

“Por favor coloque os espelhos novamente no quarto, sentimos falta de ver você dormir a noite...”

Perdido na noite de Halloween

Era noite de Halloweenm a lua cheia brilhava forte no céu. José bateu o copo de pinga com força no balcão e se despediu do atendente gordo que enxugava alguns copos do outro lado. De pé, ele notou que o mundo estava girando incontrolavelmente, o porre do dia havia sido “bão” como gostava de dizer.

Ele saiu do bar e virou à esquerda. Caminhou algumas quadras pelas ruas esburacadas e mal iluminadas quando se viu diante de uma bifurcação. A sua esquerda, uma mata densa e perigosa que tinha uma trilha pequena que o levaria até a fazenda onde trabalhava de peão e morava com sua esposa e filhos. A sua direita uma estrada de chão batido que o levaria ao mesmo destino, mas demoraria uns quinze minutos a mais. Normalmente ele não pensaria duas vezes, iria pela estrada que era segura que o guiaria certamente a sua casa, ele tinha medo não somente de se perder, mas também dos animais famintos que o teriam como presa fácil. Mas naquele dia resolveu ir pela trilha.

“Se eu ficar na trilha eu me não me perco, chego em casa mais cedo para encher de sopapos aquela vadia que se diz minhamuié.” – disse excitado.

O álcool não deixava o medo controlar José que foi caminhando em direção a mata.

Ô seu Zé.” - Escutou o bêbado de longe.

Quando olhou para trás viu um de seus amigos correndo em sua direção. Sem dizer nada ele olhou para o homem que se aproximava.

Ô seu Zé, onde ocê ta indo ?

“Onde ocê pensa seu bocó? Pra casa é craro uai.

“Se eu fosse ocê eu num entrava ai não. Ocê sabe que tem gente que morre ai por essas bandas e gente que desaparece também. 

“Era só o que me faltava, vai te catar, eu quero chegar em casa logo.”

E José seguiu seu caminho ignorando seu amigo que continuou protestando até perceber que não teria nenhum resultado.

A escuridão aumentava a cada passo que ele dava, a mata se fechava ao seu redor e a trilha pouco a pouco desaparecia. José quis voltar, mas quando olhou para trás se deparou com a escuridão. Agora ele já não sabia em que direção tomar ou mesmo em que direção estava. 

“Celeste eu vou te matar sua desgraçada, é tudo culpa sua, eu vou te matar.” – gritou o bêbado culpando sua pobre esposa por seu próprio erro. 

Após o grito a natureza parecia mais viva do que nunca. O barulho de animais, insetos e plantas eram claros agora, pareciam chamar seu nome. José se virava de um lado a outro tentando ver alguma coisa e com medo de ser atacado. Algo se enrolou em sua mão o prendendo em uma árvore e ele gritou novamente, um inseto pousou em seu ouvido e ele ainda gritando deu tapas fortes e descontrolados em sua orelha tentando retirar o bicho que zumbia cada vez mais alto. Agora ele tinha certeza de que estava sendo atacado, sentia que vários insetos subiam por sua perna e muitos outros zumbiam ao seu ouvido. Desesperado ele chorou. 

Para o seu terror passos fortes e altos vinham em sua direção. Seu maior medo havia se tornado realidade e ele seria atacado por um lobo, onça ou qualquer animal feroz e carnívoro que estava pronto para comer uma presa fácil.

“Celeste, eu só queria chegar em casa.” – repetiu o nome da esposa chorando.

“José. É ocê?” – disse uma voz conhecida.

Em um passe de mágica tudo desapareceu, os insetos já não subiam por suas pernas ou zumbiam em seus ouvidos. O que lhe prendia a mão à arvore já não estava lá. A escuridão aos poucos foi dispersando e ele novamente podia ver as silhuetas das plantas e da pessoa que se aproximava.

“Celeste, ainda bem que ocê taaqui. Eu achei que eutavaperdido, minha imaginação estava me pregando uma peça dasboa.”

“Eu escutei seus grito e vim te encontrar. Agora vem, vamo pracasa homi.”

Os dois começaram a andar pela mata. Celeste na frente mostrando o caminho e José seguindo enquanto elogiava a mulher por salva-lo. Ela por sua vez andava rápido e ficou calada a maior parte do tempo somente respondendo com um “uhum” as perguntas do bêbado. 

*****

Enquanto isso, Celeste, a esposa de José, conversava com um amigo de seu marido em sua casa. Ele contava a ela que José havia entrado na mata, estava bêbado e descontrolado. Isso havia mais de uma hora e com certeza ele estava perdido porque o trajeto não demorava mais do que dez minutos. Ela sabia que não havia nada a ser feito a não ser esperar até amanhecer e ir procurá-lo.

Com a mão no rosto Celeste chorou por horas seguidas, apesar de seu marido não ser perfeito ela o amava e seus filhos também. Por isso ela não queria perde-lo.

*****

 Óia, eu sei que eu tava perdido, mas porque tamo demorando tanto? Se eu tava tão longe de casa assim como ocê me escutou?” – questionava o bêbado.

“Estamos chegando, logo logo ocê vai chegar em casa, oia a luz ali.” – respondeu a mulher.

José olhou para frente e viu uma luz branca em meio a vegetação. Afobado ele saiu correndo em direção ao seu destino. Quando ele passou pela ultima árvore ele levou um susto e parou imediatamente com medo de perder sua vida. Por pouco ele não caiu no penhasco a sua frente.

“Sua desgraçada. Ocê ta tentando me mata? – gritou José olhando a mulher que ainda estava caminhando em sua direção.

Celeste não disse nada e continuou caminhando em direção a José que esperava que ela se aproximasse para dar-lhe umas bordoadas. A luz da lua cheia iluminou o rosto daquela que supostamente era sua esposa.

Para o terror de José, quem o guiou para fora da mata não foi sua esposa, mas uma figura que ele não podia imaginar o que era. O rosto lembrava uma cabra misturada com um cavalo com olhos grandes em formato elíptico, mas coberto de escama vermelha. O corpo parecia humano, mas era coberto de pelos negros e brilhantes. No lugar dos pés havia um par de cascos. O ar que antes estava fresco e cheirava a plantas havia se transformado em um ar pesado e denso, o cheiro de enxofre no ar era muito evidente para ser ignorado.

“Vai de reto Sat...” – tentou gritar José.

Com uma velocidade inumana a criatura correu em direção a José. Com um de seus cascos ela bateu no peito do homem que foi arremessado no precipício. O bêbado sentiu o casco bater em seu peito, seus pulmões não obedeceram a ordem de respirar. Seus pés saíram do chão e ele outra vez viu o mundo girar descontroladamente. 

O José girou dezenas de vezes até atingir uma pedra que ficava em baixo do precipício. Seu corpo contorcido ficou estático e seu olhar petrificado. Sangue escorreu por debaixo de seu cadáver manchando a pedra de vermelho. Olhando com deleite lá de cima do precipício estava a criatura. Sorrindo com seus dentes grandes e pontiagudos. Ela diz ao espírito de José que esta sendo carregado por vultos sombrios enquanto se debatia e gritava.

“Não se preocupe, logo logo você vai chegar em casa.”




Mistério da casa

Era madrugada, eu estava usando meu computador. Estava sozinho, meus pais tinham viajado. Fui dormir era umas 3:00 horas da manhã.

Me deitei e conseguir cochilar por uns 20 minutos, até ser acordado por um barulho ''estrondoso'' que parecia vir do porão. Fiquei com muito medo, pensei que era um ladrão ou algo do tipo.

Não tive coragem de descer da cama para pegar o telefone e ligar para a polícia. Me cobri todo com o cobertor e tentei dormir, foi quando a porta do meu quarto abriu fortemente e fez um barulho muito alto.Eu quase urinei nas calças nessa hora. Não consegui olhar para ver oque era, mas escutava passos vindo em minha direção, de repente parou o barulho...Algo começou a puxar meu cobertor para baixo, eu pulei da cama sem olhar para trás e corri para a janela, estava decidido a pular. Porém algo segurou minha perna, mesmo assim tentei pular e acabei escapando.

Por sorte caí dentro da lixeira, e como eu pulei do segundo andar, acabei desmaiando. Só que antes de desmaiar, vi um rosto me olhando pela janela do meu quarto, não consigo detalhar o rosto, pois não me lembro características dele.

Quando acordei estava no hospital e meus pais do meu lado. Pediram para eu explicar oque havia acontecido, eu expliquei mas como era de se esperar, não acreditaram em mim, diziam que era alucinações por causa da queda.

Voltei para casa. Pedi para dormir com meus pais, eles deixaram.

Era lá para as duas da manhã, acordei e olhei para os lados.......Desculpe, parei um pouco para chorar depois que lembrei dessa parte.Continuando.... Olhei para os lados e meus pais estavam...mortos! Isso mesmo estava com uma poça de sangue em cima deles. Eu comecei a chorar muito, e me perguntava porque só mataram eles, e não me mataram!

A polícia investigou o caso mas não acharam nenhuma prova. É muito estranho, é como se quem os matou fosse um ninja, ou um... fantasma!

Eu não sei oque vai acontecer agora,estou com muito medo, minha tia vei dormir comigo hoje aqui. Espero que não aconteça nada.

Outra coisbfrghkjhitjhgijerjryiojsocorrfmekfkeooejpfffoawjojeo

domingo, 25 de novembro de 2012

A nova garota

Olá, isto aconteceu há alguns anos.

Era dia 20 de Setembro de 2007, eu estava na 6ª séries e tinha 12 anos. Cheguei na escola e notei que tinha uma nova garota na classe,o nome dela era Julie , todos estavam em volta dela perguntando sobre ela, de onde ela é, etc. Até aí tudo bem.

A professora entrou na sala e apresentou Julie a nós. Ela nos mandou sentar e disse que iria passar um trabalho para fazermos em dupla, e poderíamos fazer na casa de um da dupla.Também disse que ia sortear quem faria com quem. Então ela foi falando:

 -André com Júlio.
 -Juliana com João...

E assim foi falando até que por último só sobrou eu e a Julie . Na hora do recreio fui conversar com ela, falar sobre o trabalho, ela sugeriu de nos encontrar na casa dela no Sábado ás 19:00 horas. Mesmo com o horário meio estranho (19:00 já é meio tarde para estar na casa de um colega) eu disse que tudo bem.
 
Pois bem, chegou Sábado, ás 18:30 eu comecei a me arrumar e peguei o que precisaríamos para o trabalho.  Despedi dos meus pais e saí a pé , mesmo porque minha cidade não era muito perigosa e a casa de Julie (segundo o endereço que ela me passou) era perto da minha.

Cheguei na casa dela lá para as 19:05 por aí. Era uma bela casa , tudo arrumadinho , não dava para notar muita poeira,etc. Julie me apresentou para os pais dela que pareciam boas pessoas . Subimos para o quarto dela e começamos a fazer o trabalho.

Ficamos aproximadamente 1 hora fazendo o trabalho até fazermos uma pausa para o lanche. Julie disse que ia pegar um lanche então eu falei que ia com ela.Esse foi um momento assustador, a expressão no rosto dela mudou, ela ficou séria, e disse:

-Não!-Falou com uma voz forte mas não muito alta- Eu vou sozinha.

Eu disse tudo bem, mas achei isso muito estranho.

Julie demorou uns 15 minutos para voltar, e veio com um pacote de biscoitos recheados e uma garrafa de refrigerante. Lanchamos e depois terminamos o trabalho. Até aí já eram uma 22:00.

Me levantei e agradeci e disse que eu tinha que ir para casa, ela falou que já estava tarde para eu ir embora e que poderia ser perigoso, eu falei que não tinha problema que minha casa era perto,etc. Mas ela conseguiu me convencer a ficar. Liguei para meus pais e eles me deixaram passar a noite lá.

Até aí, fora a hora do lanche, estava tudo normal.

Eu fui dormir na cama dela e ela foi dormir com os pais.A cama era confortável e acabei dormindo bem rápido.

Eram 3:00 da manhã, eu acordei depois que comecei a escutar vozes vindo do andar de baixo. Fui escondido ver quem estava conversando e do que estavam falando, me encostei do lado da escada e tentei ouvir oque falavam, não entendi direito mas acho que estavam conversando... sobre mim! E não eram coisas boas. Eu fiquei pensando oque estão querendo dizer? Quando de repente algo me acertou na cabeça e desmaiei.

Quando acordei estava amarrado em lugar estranho, sombrio, não parecia mais a casa de Julie. Fiquei com muito medo. Levei um susto quando alguém abriu a porta; era Julie , mas não parecia a Julie que eu fiz trabalho, ela estava com o rosto pálido, tinha sangue escorrendo nas bochechas, estava com uma roupa branca, parecendo uma camisola e segurava uma faca.

Perguntei oque estava havendo, onde eu estava, e porquê eu estava ali. Ela só falava sussurrando e só dizia uma coisa: ''Sinto muito'',''Sinto muito''....

Fiquei com muito medo, muito mesmo! Comecei a chorar, e a chamar meus pais, e gritar socorro. Eu não entendia porquê estava ali.

Finalmente Julie parou de sussurrar e me explicou:

-Ah muito tempo, o tataravô do meu tataravô fez uma aposta com um Anjo das trevas . A aposta era uma tentativa de livrar nossa família da maldição que a Besta das trevas tinha nos colocado.A aposta era: Se a 30º geração da família, conseguisse uma alma de um menino e dar essa alma para ele, a nossa família estava salva. Eu sou a 30º geração da família, e você é a alma que darei para ele!

Nesse momento meu coração começou a bater mais rápido, e Julie veio com uma faca em minha direção. Na hora que ela levantou o braço para me atingir, eu acordei.

Eu não acreditei que era só um sonho! Era muito real! Me arrumei para ir para escola.

Chegando na escola percebi que tinha chegado uma nova garota! E o nome dela era Julie. Meu coração gelou. Fiquei pensando oque estava havendo, quando uma frase veio na minha cabeça de repente: ''Não há como mudar o destino''. 

Tudo aconteceu como naquela noite. Agora para livrar minha alma, preciso conseguir a alma de alguém. Quer me ajudar?